abril 22, 2007

Erros para a próxima geração pagar

Via Impertinências, sobre a expansão da Ota, escreveu Mário Lopes no Semanário Económico:
Num artigo publicado na última edição do Semanário Económico intitulado “O novo aeroporto de Lisboa” um ex Secretário de Estado dos Transportes escreveu “Apesar disso, concordo que a questão da eventual expansão da Ota, além de importante, terá a seu tempo de ser estudada. Parece-me, no entanto, não constituir neste momento matéria prioritária, não só porque o aeroporto ainda nem sequer começou a ser construído, como ninguém conhece as tecnologias e sistemas futuros, em matéria de construção e exploração aeroportuária e aeronáutica”. Pode no entanto perguntar-se para que servirá estudar a expansão do aeroporto depois de este estar construído, se já se sabe á priori que devido à orografia da zona não há qualquer possibilidade de expansão. Recorde-se que segundo os cálculos da NAER o aeroporto da Ota saturará 33 anos depois de entrar em funcionamento. Sabe-se que esta é uma perspectiva optimista: basta recordar que nos últimos 20 anos o número de passageiros na Portela aumentou 3,4 vezes.

As consequências económicas de estudar a questão da expansão da Ota depois da construção e não antes são gravíssimas, pois no essencial significa deitar pró lixo o investimento que se vai fazer na Ota. E esse investimento inclui não só os custos directos do aeroporto (3.700 milhões de euros previstos, mais cerca de 1.300 para derrapagens tendo em conta a natureza dos trabalhos a executar). Inclui também os custos dos acessos ferroviários, pois a linha do Norte não tem capacidade para suportar o TGV e o shuttle de acesso ao aeroporto, sendo necessário uma linha nova para o TGV, que custará cerca de 1.500 milhões de euros (cerca de 37 km de túneis e viadutos). Note-se que o custo previsto para um aeroporto numa zona plana na margem sul do Tejo foi estimado pelos Aeroports de Paris em 1.500 a 2.000 milhões de euros (mesmo com derrapagens 2.500 milhões de euros seria uma estimativa pessimista), e os acessos ferroviários poderiam ser feitos quase sem custos adicionais utilizando a ponte que terá de ser feita para o TGV Lisboa-Madrid. Assim a diferença é de cerca de 4.000 milhões de euros. A somar a este valor há outros prejuízos indirectos. Quando a Ota saturar se se fizer um novo aeroporto mais perto de Lisboa (por exemplo em Alcochete, Faias ou outro lugar, se ainda não estiverem urbanizados) quem estará interessado em ir para a Ota? O que se fará à cidade aeroportuária que entretanto crescerá na envolvente da Ota se esta deixar de ser precisa? E fazendo o TGV e o aeroporto que substituirá a Ota sem coordenação entre ambos, provavelmente o TGV Lisboa-Madrid não passará no aeroporto reduzindo a capacidade de atracção de passageiros da Estremadura Espanhola e o trajecto de Lisboa até ao aeroporto não será o mais curto e barato.

Conclui-se pelo exposto que o problema da expansão da Ota deve ser colocado enquanto ainda tem solução, ou seja, antes da construção, e não depois. Vejam-se outros casos de má gestão e desperdício dos dinheiros dos portugueses: a demolição de pequenos viadutos para alargar as auto-estradas, as estações do metropolitano de Lisboa que foram construídas para comboios de duas carruagens, ampliadas para quatro e depois ampliadas para seis carruagens, o IP5 cujo alargamento se começou a planear antes de estar concluído, etc. De todos os maus exemplos o aeroporto da Ota é de longe o pior pelas suas dimensões. Portugal dificilmente deixará de ser o país mais pobre e atrasado da Europa ocidental se cada geração consumir grande parte dos seus recursos a corrigir os erros da anterior.

Não resisti a destacar a frase final.

Foto: www.alambi.net

35 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Por estas e por outras, é que estão a gastar milhões de euros a renovar a linha do Norte em vez de terem iniciado a construção de uma linha de alta velocidade há 10 anos atrás!
Continuem a pensar miudinho!

Ah! Quando for para ampliar o novo aeroporto, daqui a 33 anos, chamamos o pessoal da linha do Norte!

10/5/07 17:55  
Blogger CA said...

conde

Parece-me que se o novo aeroporto fosse na Ota não poderia ser ampliado e seria preciso começar construir ainda outro novo daqui a dez anos.

Mas será que o problema da linha do norte é apenas o facto de não se ter feito a alta velocidade? Não será o facto de se avançar com as obras sem pensar primeiro? E não é isso que o governo quer fazer com a Ota? Avançar com a obra e depois logo se vê, mesmo que seja preciso gastar o dobro do necessário?

15/5/07 11:46  
Anonymous Anónimo said...

Essa do "pensar primeiro" está muito boa!
Será que se o Infante D. Henriques tivesse feito um estudo aprofundado o caminho maritimo para a India tinha sido conseguido em 1500? provavelmente ainda estavamos a acabar o estudo e a concluir que era inviável!
Acredito que seja necessário fazer estudos, aliás, apoio incondicionalmente qualquer estudo alternativo, mas entenda-se "estudo"! Não consigo é parar de lembrar das seguintes frases:

"O óptimo é inimigo do bom"
"

"Os sábios procuram se concentrar nas soluções, os tolos nos problemas e os idiotas nos culpados."

"Nada pode impedir um homem com uma atitude mental positiva de atingir os seus objectivos; nada no mundo pode ajudar um homem com uma atitude mental negativa."

e outras, mas dá muito trabalho continuar...

16/5/07 19:10  
Blogger CA said...

Conde

Não se trata de procurar o óptimo deixando o bom. A Ota é um mau local onde um aeroporto seria sempre muito caro. Os outro locais são muitíssimo melhores.

A solução está onde sempre esteve: na margem sul. A Ota é um problema. E quem discute culpados são aqueles que insistem no erro e dizem que foram outros que tomaram a decisão.

Quanto à atitude mental, nem ela pode superar os problemas de um homem que gasta dinheiro sem pensar.

17/5/07 00:28  
Anonymous Anónimo said...

Não acredito, e parece que vai levar muito tempo para mudar de ideias, quanto à hipotese da localização na margem sul ser consensual!
Isto porque:
-Se não existem estudos suficientes para a localização na OTA, muito menos existem para outra qualquer localização;
- Em fases prévias, essas localizações, tais como a margem sul, foram postas de parte por condicionantes graves;
- E os senhores que as defendem, não apresentam argumentos a favor, apenas apresentam argumentos contra!

Lembro, que continuamos, a incorrer nos mesmos erros à muitos anos, e um deles é ir a favor da corrente popular! É sempre o chavão do "gaste-se menos dinheiro!". Depois temos, Foz Coa, Linha do Norte, Energias Alternativas, TGV, Redes de Metro...todas estas situações foram mal acauteladas, tendo em conta o investimento inicial, depois mais tarde dá-se conta que as vantagens seriam muito maiores a médio longo prazo se o investimento inicial tivesse sido outro...
Vamos continuar com as infra-estruturas do século passado e a perguntar porque estamos atrasados!

17/5/07 11:59  
Blogger CA said...

Conde

"Em fases prévias, essas localizações, tais como a margem sul, foram postas de parte por condicionantes graves;"

Poderia dar um exemplo, por favor?

"E os senhores que as defendem, não apresentam argumentos a favor, apenas apresentam argumentos contra!"

Menor custo de construção, menor distânica a Lisboa, possibilidade de expansão evitando nova construção durante várias décadas, ficar próximo da linha do TGV e dos portos de Lisboa, Setúbal e Sines, melhores condições aeronáuticas. São tudo argumentos a favor da margem sul.

"um deles é ir a favor da corrente popular"

A "corrente popular" contra a Ota é constituída por quase todos os especialistas em transportes do país. E os especialistas em gestão perguntam pelos estudos de viabilidade económica. A entrega da ANA e do seu monopólio para financiar a Ota mostra até que ponto o projecto é completamente irracional do ponto de vista económico. É preciso melhorar a capacidade aeroportuária de Lisboa mas a Ota conduzirá a um encarecimento grave de todo o transporte aéreo em Portugal tornando o país globalmente menos competitivo.

"Vamos continuar com as infra-estruturas do século passado e a perguntar porque estamos atrasados!"

A resposta não é a falta de infraestruturas mas sim o dinheiro mal gasto. Cito o Prof. Mário Lopes a propósito da falta de possibilidade de expansão da Ota e do erro que constitui a escolha desse local:

"Portugal dificilmente deixará de ser o país mais pobre e atrasado da Europa ocidental se cada geração consumir grande parte dos seus recursos a corrigir os erros da anterior."

17/5/07 15:21  
Anonymous Anónimo said...

Pergunto eu:
- Onde estão a ser corrigidos os erros da geração anterior?
- Onde estão a ser cometidos erros para a próxima geração corrigir?

Aposto, que os maiores erros encontram-se edificados em Lisboa, e por lá se vão continuar a edificar!

Esqueçam a margem Sul! O nosso país cresce pouco, e cada vez que cresce, quem dá o mote são as industriais do Norte! Que interessa a distância do aeroporto a Sines, se depois não existe nada para transportar?

A região norte do nosso país já foi a 4 mais industrializada da Europa, porque será que deixou de ser?
Terão sido os protugueses que deixaram de trabalhar?
Terão sido os aumentos de salário que alteraram a nossa competitividade com o resto da Europa?
Claro que não, e o que mais me chateia, nesta treta toda, é que toda a gente passa a vida a olhar para o turismo e a distância que os turistas vão percorrer!
Que importa isso, não é graças ao turismo que o nosso país pode crescer, e podem inventar os estudos que quiserem, no limite ajuda a crescer, nunca sozinho chegará a lado algum!

Conhece algum país, com uma economia sólida de 1º mundo, em que apenas há desenvolvimento numa região?
Se conhecer, então vamos seguir o exemplo deles, pois estamos a caminhar por aí! E o ideal será ver a que distância está o aeroporto deles relativamente a sua única região desenvolvida e fazemos exactamente igual!

Aproveito, ainda para perguntar:
Pelo mesmo valor o senhor prefere fazer Lisboa-Madrid de TGV ou de avião?

Pois se escolheu TGV, vai ter uma viagem bastante solitária!
Esqueça o TGV, esse trasnporte serve para cobrir viagens, em que não tenha de competir com o avião, ou viagens em que os aviões estejam frequentemente em Overbook!
Se precisamos de TGV é para ligar o Porto a Lisboa e a Vigo, pois aí sim compensa relativamente ao avião. Creio que o senhor será um dos clientes destes meios de transporte, agora faça as contas ao preço dos bilhetes, e veja qual é o meio de transporte que interessa-lhe em cada um dos casos!

18/5/07 10:33  
Blogger CA said...

Conde

"- Onde estão a ser corrigidos os erros da geração anterior?"

Na linha do Norte e na ausência de um transporte ferroviário decente, no facto da questão do novo aeroporto de Lisboa não estar já resolvida com acerto, no metro de Lisboa (quanto dinheiro já foi literalmente enterrado na linha até Santa Apolónia), no ordenamento do território,...

"- Onde estão a ser cometidos erros para a próxima geração corrigir?"

Na Ota, se fosse para a frente, no ordenamento do território, na falta de um plano integrando todos os tipos de transporte,...

"Aposto, que os maiores erros encontram-se edificados em Lisboa, e por lá se vão continuar a edificar!"

A Casa da Música e o Metro do Porto têm dado uma imagem do Norte como sendo capaz de ultrapassar Lisboa para pior. Todos vamos pagando eeses erros, claro.

"Esqueçam a margem Sul! O nosso país cresce pouco, e cada vez que cresce, quem dá o mote são as industriais do Norte!"

Há 20 anos talvez fosse verdade. Mas o que se discute é o novo aeroporto de Lisboa e não o aeroporto do Norte. Ora na região de Lisboa os locais adequados para aeroportos estão na margem sul.

" Que interessa a distância do aeroporto a Sines, se depois não existe nada para transportar?"

Para já o aeroporto de Lisboa tem tido um crescimento de tráfego acima da média europeia. Em segundo lugar há mercadorias que podem entrar na Europa por Sines e serem distribuídas por avião se o aeroporto não estiver demasiado longe dos portos e se as taxas aeroportuárias (que reflectem os custos de construção) forem competitivas com as de outros aeroportos.

"e o que mais me chateia, nesta treta toda, é que toda a gente passa a vida a olhar para o turismo e a distância que os turistas vão percorrer!
Que importa isso, não é graças ao turismo que o nosso país pode crescer, e podem inventar os estudos que quiserem, no limite ajuda a crescer, nunca sozinho chegará a lado algum!"

Estamos a falar de um aeroporto para Lisboa e uma das fontes de receita é o turismo. Colocar um aeroporto caro a 50km é uma forma de matar o turismo. Se a indústria do centro ou do norte quer um aeroporto peçam u aeroporto com esse fim, não venham destruir o turismo de Lisboa.

"Aproveito, ainda para perguntar:
Pelo mesmo valor o senhor prefere fazer Lisboa-Madrid de TGV ou de avião?"

Com um aeroporto na Ota o TGV ganha competitividade. Entre chegar à Ota (táxi ou comboio caro), esperar pelo avião e pagar taxas aeroportuárias caras e fazer o vôo, é provável que compense em termos de custos apanhar o TGV na Gare do Oriente e ir até Madrid sem mais preocupações.

Esse é um dos absurdos da Ota: transportes caros até lá e taxas aeroportuárias caras. E os custos da Ota reflectir-se-ão em todos os aeroportos do país por via da entrega do monopólio da ANA para pagar os custos da Ota.

18/5/07 13:05  
Blogger CA said...

Quanto ao erros que estamos a pagar esqueci-me de incluir os estádios de futebol que as autarquias estão a pagar e que não servem para nada ou o uso que têm não justifica o que se gastou neles.

18/5/07 13:31  
Anonymous Anónimo said...

Pois todos os erros que aponta, se reparar bem nenhum deles está a ser corrigido!

E discuto desde já que venham a ser corrigidos por gerações vindouras!

Se o problema de Lisboa é um aeroporto, para quem quer ir para Lisboa, pois bem esse está mais que resolvido! Fiquem com a Portela!
Agora, se o problema é trazer investimento para Portugal, dúvido muito que a margem sul seja uma boa solução! Pois, estou mesmo a ver atravessarem o rio Tejo pelas pontes que vão durar mais uns vinte anos a serem construidas e entretanto, as que existem a rebentarem pelas costuras! Como eu vou achar piada!
E já agora, que dá respostas bastante rápidas, pergunto então, haverá alguma razão para o aeroporto de Pedras Rubras ser subaproveitado?
Já que fala de investimentos realizados no Norte, e aproveita para mencionar a Casa da Música e o Metro do Porto, então ponha a viola no saco, pois dúvido que os seus eleitos fizessem melhor! As disputas que acontecem na região metropolitana do Porto, são idênticas às dos pobres coitados dos Quenianos quando a Unicef distribui arroz pelos pobres! São sete pardais ao milho!
Pois, não façam a porcaria do aeroporto na OTA, façam noutro lado a menos de 50 km de Lisboa, agora não acabem com a economia do país, nem tornem Portugal dependente do choradinho que Lisboa conseguir fazer em Bruxelas!

Mas, em caso contrário, muito bem! Agradeço que apareça um João Jardim para o Norte e entregue esta região aos espanhóis! Pois vai ser bem mais fácil circular nos seus aeroportos e TGV's!
E veremos quem perde...

18/5/07 18:42  
Blogger CA said...

Conde

"Pois todos os erros que aponta, se reparar bem nenhum deles está a ser corrigido!
E discuto desde já que venham a ser corrigidos por gerações vindouras!"

Estão a ser pagos! Muitas vezes a "correcção" é mesmo impossível pois não é possível desfazer e fazer de modo diferente. Esse seria também o caso da Ota: depois de feito não serve, mas tem que se acabar de pagar e não se pode desfazer.

"Se o problema de Lisboa é um aeroporto, para quem quer ir para Lisboa, pois bem esse está mais que resolvido! Fiquem com a Portela!"

Apoiado!!!

"Agora, se o problema é trazer investimento para Portugal, dúvido muito que a margem sul seja uma boa solução! Pois, estou mesmo a ver atravessarem o rio Tejo pelas pontes que vão durar mais uns vinte anos a serem construidas e entretanto, as que existem a rebentarem pelas costuras! Como eu vou achar piada!"

Lisboa precisa de mais capacidade aeroportuária mas isso poderá ser conseguido fazendo um aeroporto com uma pista, desde que possa ser expandido no futuro até onde for necessário.

Quanto às pontes está a pôr o problema ao contrário. É mais fácil fazer uma nova ponte para TGV e automóveis para o novo aeroporto na margem sul do que fazer uma nova autoestrada até à Ota (a A1 está saturadíssima, muito mais que a ponte Vasco da Gama).

"E já agora, que dá respostas bastante rápidas, pergunto então, haverá alguma razão para o aeroporto de Pedras Rubras ser subaproveitado?"

O aeroporto de Pedras Rubras devia ser gerido em concorrência com o de Lisboa e não por uma entidade monopolista que controle todos os aeroportos nacionais.

"Já que fala de investimentos realizados no Norte, e aproveita para mencionar a Casa da Música e o Metro do Porto, então ponha a viola no saco, pois dúvido que os seus eleitos fizessem melhor! As disputas que acontecem na região metropolitana do Porto, são idênticas às dos pobres coitados dos Quenianos quando a Unicef distribui arroz pelos pobres! São sete pardais ao milho!"

Ao menos a Expo98 estava pronta a tempo de abrir. A Casa da Música não abriu bem quando devia.

"Pois, não façam a porcaria do aeroporto na OTA, façam noutro lado a menos de 50 km de Lisboa, agora não acabem com a economia do país, nem tornem Portugal dependente do choradinho que Lisboa conseguir fazer em Bruxelas!"

Fazer o aeroporto na Ota é que dá cabo da economia do país pois obriga toda a gente a pagar uma obra acanhada e caríssima. Na margem sul pode fazer-se um aeroporto competitivo sem precisar de entregar a ANA para pagar o disparate.

"Agradeço que apareça um João Jardim para o Norte e entregue esta região aos espanhóis! Pois vai ser bem mais fácil circular nos seus aeroportos e TGV's!
E veremos quem perde..."

O projecto do governo para a Ota é subordinar todo o país à Ota através do monopólio de uma ANA privatizada.

Quanto mais barato, competitivo e independente for o novo aeroporto de Lisboa mais ganham todos os portugueses.

18/5/07 19:09  
Anonymous Anónimo said...

Não vou continuar a apontar os erros que estão a ser cometidos, pois, para mim o maior de todos é o aeroporto, seja qual for, ainda não estar a ser construído!
Mas vou aproveitar a deixa da EXPO 98, e dizer para começar, que sou funcionário de uma das empresas que mais lucrou com essa bandalheira! E depois, vou dizer ainda, que qualquer comparação entre o sucedido na Casa da Música e o sucedido na Expo 98, só pode ser uma figura de mau gosto! Ou pior ainda, é o mesmo que desviar o arroz dos pobres Quenianos para o Vaticano!
A realidade do nosso país, é que o investimento público é feito tendo em vista o interesse daqueles que estão por cima, e esses estão em Lisboa, basta ver os rendimentos médios. Ainda, para mais, ultimamente a única solução tem sido destruir os sistemas que estavam implementados, depois logo se vê, se é possível fazer melhor!
Eu pergunto, será que as empresas multinacionais que têm fechado portas, e despedido milhares de funcionários de Norte a Sul do país, fazem-no simplesmente pelos altos rendimentos auferidos no nosso país? Pois, obviamente que não, concerteza são mais competitivos agora do que na altura em que abrirama portas! A verdade é que a falta de investimento público, que não foi substituído por investimento privado, está a acabar com o consumo no nosso país. E a acrescentar a isso, os meios de transporte e vias em Portugal não conseguem competir até com países cuja mão de obra é mais cara (exemplo: Espanha)...

23/5/07 12:09  
Blogger CA said...

Conde

O investimento público mal feito gera mais pobreza. Portugal desperdiçou os dinheiros da UE e estamos menos competitivos. Desta vez queremos entregar a ANA e ainda por cima, em vez de criarmos concorrência nos aeroportos, estaríamos a entregar-nos a um único monopolista privado que cobraria o que quisesse em termos de aeroportos em Portugal. Pior é difícil de conceber!

A Ota é o que Espanha quer que nós façamos. É tão cara que nunca será competitiva nem beliscará os interesses espanhóis. Um aeroporto barato na margem sul junto ao TGV Lisboa-Madrid é o que mais enerva os espanhóis.

Recomendo vivamente o livro "O erro da Ota".

23/5/07 13:43  
Anonymous Anónimo said...

Obrigado pela recomendação! Digo-lhe já que não faço por contribuir para o bolso de quem arranja muitos problemas, e poucas soluções!
Afinal, o problema do aeroporto é a localização ou a entidade gestora?
Pois, daquilo que entendo de gestão, não encontro muita margem de manobra para privados nesta área!
Mas de qualquer forma, a admitir que possa haver concorrência neste negócio, garanto-lhe já que as mais-valia ficarão nas mãos de mais algum multi-milionário estrangeiro! Pois, não estou a ver alguma empresa portuguesa a fazer concorrência à Fraport ou à Aeroports de Paris!
Mas se vier com a resposta que estas empresas são mais eficientes que a ANA, só posso responder que então temos outro problema, os funcionários portugueses não servem devidamente as empresas, e de tal maneira que elas nem conseguem ser competitivas...

24/5/07 11:39  
Blogger CA said...

"Obrigado pela recomendação! Digo-lhe já que não faço por contribuir para o bolso de quem arranja muitos problemas, e poucas soluções!"

Então peça um emprestado, mas informe-se por favor. É uma questão de cidadania.

"Afinal, o problema do aeroporto é a localização ou a entidade gestora?"

A entrega do monopólio prova que a Ota é o local errado! Se fosse o local certo vingaria por si próprio.

"Pois, daquilo que entendo de gestão, não encontro muita margem de manobra para privados nesta área!"

Os aeroportos de Londres são privados. Claro que quando gastam dinheiro o fazem com enorme cuidado.

"Mas de qualquer forma, a admitir que possa haver concorrência neste negócio, garanto-lhe já que as mais-valia ficarão nas mãos de mais algum multi-milionário estrangeiro! Pois, não estou a ver alguma empresa portuguesa a fazer concorrência à Fraport ou à Aeroports de Paris!"

Já há consórcios mistos para ficar com o monopólio da ANA. Isso não é um problema de maior desde que sejam salvaguardadas as questões de interesse nacional. Coisa que não acontece com a Ota.

"Mas se vier com a resposta que estas empresas são mais eficientes que a ANA, só posso responder que então temos outro problema, os funcionários portugueses não servem devidamente as empresas, e de tal maneira que elas nem conseguem ser competitivas..."

Se o monopólio for do estado pode funcionar mal mas os eleitores podem pressionar através do voto. Se for para ser privado então não se tem controlo sobre a empresa e a única maneira de garantir o intreresse do país é não permitindo monopólios nacionais. Deve haver concorrência.

24/5/07 12:19  
Anonymous Anónimo said...

Vejo que continuamos na mesma!
Os grandes negócios que o estado tem feito com estes mega-consórcios, têm sido bastante favoráveis! Para o bolso dos seua accionistas! Veja-se o exemplo das SCUT's! Acredita que alguém atira-se para este género de negócio de ALTISSIMO RISCO, apenas porque o senhor diz que toda a gente o quer e que nos estrangeiro já são privadas?
Concerteza já reparou que os consórcios que estão a ser formados englobam empresas internacionais para a gestão aeroportuária! Porque será?
Acha que é possível criar concorrência, neste tipo de negócio, em Portugal?
Claro, que não, e pelos vistos, o senhor quer que venha para cá uma multinacional, cobrar aquilo que bem quiser, e encher os bolsos!
Pois faça as contas ao contrário, pense que todo o dinheiro que a ANA ganha à conta da gestão aeroportuária, é menos que sai do seu bolso para pagar um possível negócio astronómico entre o governo e esse seu mega-consórcio!
Chamem a atenção do governo para estas coisas, isso sim é importante:
Eficiência, eficácia, boas vias de comunicação, boas telecomunicações, sinergias entre estes meios...fazer bons negócios e com riscos partilhados, e muitas outras coisas, tal como contratar técnicos honesto e correctos, que saibam avaliar devidamente os projectos e que não estejam sujeitos a este género de pressões, ou que pelo menos não sejam influenciados por essas pressões.
Agora a localização do aeroporto já cheira mal!

25/5/07 14:36  
Anonymous Anónimo said...

Atente na definição de Cidadania:

A cidadania, em Direito, é a condição da pessoa natural que, como membro de um Estado, encontra-se no gozo dos direitos que lhe permitem participar da vida política.

A cidadania é o conjunto dos direitos políticos de que goza um indivíduo e que lhe permitem intervir na direção dos negócios públicos do Estado, participando de modo direto ou indireto na formação do governo e na sua administração, seja ao votar (direto), seja ao concorrer a cargo público (indireto).

A nacionalidade é pressuposto da cidadania - ser nacional de um Estado é condição primordial para o exercício dos direitos políticos. Entretanto, se todo cidadão é nacional de um Estado, nem todo nacional é cidadão - os indivíduos que não estejam investidos de direitos políticos podem ser nacionais de um Estado sem serem cidadãos.

25/5/07 16:33  
Blogger CA said...

"Agora a localização do aeroporto já cheira mal!"

De acordo. É altura de mudar de localização para um local mais amplo e menos húmido.

Quanto à cidadania, para participar na vida pública é necessário estar informado. Discutir sem conhecer nada do assunto não tem grande utilidade, embora convenha a quem quer aproveitar-se da ignorância dos portugueses.

O livro "O erro da Ota" é uma excelente contribuição para se conhecerem melhor todas as vertentes da questão da Ota.

26/5/07 00:28  
Anonymous Anónimo said...

Excelente só se for do seu ponto de vista. Ou talvez do ponto de vista do cidadão pouco informado!
Pois, pelos vistos dizer uma série de barbaridades em conjunto e ganhar dinheiro à custa disso não me parece alguma contribuição para uma melhor Cidadania!
Ou será que este livro só deve ser lido por quem tem dinheiro?
Pois se trata de assuntos importantes para o bem de todo o país, porque não é gratuito? Provavelmete vai financiar o embarque de alguns senhores no novo aeroporto!

28/5/07 11:44  
Blogger CA said...

"Excelente só se for do seu ponto de vista."

Se leu e não gostou poderia indicar os defeitos que encontrou no livro.

"Ou talvez do ponto de vista do cidadão pouco informado!"

Poderá indicar onde encontra informação melhor por especialistas reputados?

"Pois, pelos vistos dizer uma série de barbaridades em conjunto"

Certamente será o Sr. Conde um especialista capaz de ofuscar os co-autores do livro. Pedia-lhe apenas que desse alguns exemplos dessas "barbaridades".

"e ganhar dinheiro à custa disso não me parece alguma contribuição para uma melhor Cidadania!"

Um livro e o próprio exercício da cidadania custam sempre dinheiro a alguém. Se o livro fosse gratuito isso seria um indicador seguro de que alguém que não os leitores estava disposto a pagar para fazer circular o livro. Assim compra quem quer estar informado. Pode crer que o custo de não estarmos informados e pagarmos a Ota é muitíssimo superior ao custo de nos informarmos comprando o livro.

"Ou será que este livro só deve ser lido por quem tem dinheiro?
Pois se trata de assuntos importantes para o bem de todo o país, porque não é gratuito?"

Como já disse: a produção e distribuição de um livro custa dinheiro. Se não forem os leitores a pagar algum grupo com dinheiro pagaria. Um livro pago tem mais possibilidades de ser independente.

Quem não tem dinheiro pode sempre recorrer a alguém conhecido que lhe empreste o livro ou a uma biblioteca pública.

Mas essas questões são secundárias perante o essencial: que críticas tem a fazer ao conteúdo do livro?

28/5/07 15:19  
Anonymous Anónimo said...

Quer críticas?
Apresento esta:

Os autores de grande nomeada, ainda não assinaram nenhum acordo com um Mega-consórcio para a concretização de um aeroporto super rentável na Margem Sul!

29/5/07 17:50  
Blogger CA said...

Conde

Não se esqueça que não é preciso um aeroporto super rentável para contestar um aeroporto em que se deita dinheiro à rua aos milhares de milhões de euros. Bastaria um aeroporto que não desse lucro nem prejuízo. E os autores dizem que isso seria possível na margem sul sem fechar a Portela.

No fundo qualquer opção ganha facilmente à Ota.

29/5/07 20:30  
Anonymous Anónimo said...

é o chamado diz que disse...

30/5/07 09:50  
Blogger CA said...

"é o chamado diz que disse..."

Pois é. A diferença é que todos os estudos deixam a Ota mal classificada. No fundo o governo nem sequer tem o "diz que disse" dos técnicos. Tem teimosia em estado puro e irracional.

30/5/07 10:05  
Anonymous Anónimo said...

Os estudos! só se forem os da NAV, que ninguém vê...

30/5/07 14:23  
Blogger CA said...

Pode procurar no site da NAER algum estudo fundamentado que escolha a Ota como a melhor opção em confronto com as opções da margem sul.

31/5/07 01:24  
Anonymous Anónimo said...

A única conclusão que tiro da abordagem aos estudos, é que a margem sul já é um deserto, mas não se importam que deiam cabo da pouca água que têm!

31/5/07 11:16  
Blogger CA said...

"A única conclusão que tiro da abordagem aos estudos, é que a margem sul já é um deserto, mas não se importam que deiam cabo da pouca água que têm!"

Sabe que não está feito um estudo rigoroso sobre o impacto nas águas? E que nesse aspecto a Ota poderá trazer surpresas bem sérias?

Mas, já agora, a que estudos se refere?

31/5/07 14:28  
Anonymous Anónimo said...

Os estudos da AdP, para começar...

Depois, pense comigo, em que zona do país há menos água? Para onde já foram feitos estudos de transvaze de água, se bem me lembro não era do Rio Tejo para o Douro! Diga-me onde captam a água que abastece a Zona a Sul de Lisboa? Quer ver que é da ribeira da OTA?

31/5/07 15:37  
Blogger CA said...

Conde

Estive a ver os estudos da AdP e li que na Ota se captam 60000m3/dia para os grandes centros, inclusivé Lisboa; em Rio Frio são captados 7000m3/dia para o Montijo.

Continuo sem perceber onde quer chegar, pois daqui concluo que será menos mau fazer o aeroporto em Rio Frio.

31/5/07 16:28  
Blogger CA said...

Curioso. No final do estudo da AdP pode ler-se:

"Como todos os estudos realizados desde 1969, o nosso estudo de síntese põe à cabeça o sítio de Rio Frio 08/26, que é satisfatório em relação à maioria dos critérios excepto o ambiente «natural», porque se trata de um sítio totalmente artificial mas agrícola."

Parece que o Mário Lino não leu nada sobre a Ota quando anda a dizer que há 30 anos de estudos a recomendar a Ota.

Depois disto pergunta-se: o Ministro das Obras Públicas exibe sistematicamente o seu desconhecimento dos processos sobre os quais decide e não só se mantém em funções como pretende tomar decisões que comprometem todo o país durante décadas?

31/5/07 16:41  
Anonymous Anónimo said...

E quem disse que as captações da OTA vão ser afectadas?
Vamos inventar novos argumentos?

1/6/07 12:04  
Blogger CA said...

"E quem disse que as captações da OTA vão ser afectadas?"

E quem diz que os aquíferos vão ser afectados?

"Vamos inventar novos argumentos?"

Estou a ler velhos relatórios, que os decisores deviam ter lido; não estou a inventar novos argumentos.

1/6/07 12:22  
Anonymous Anónimo said...

Então vá lendo!
Quando acabar, ligue ao Primeiro Ministro e ajude-o a decidir!

PS: Quanto à volume captado em Rio Frio, hoje, não é o valor indicado por si. Mas de qualquer forma, só é um valor inferior ao da OTA, porque tal como Mário Lino disse "o Sul é um deserto"!

1/6/07 15:37  
Blogger CA said...

"Quando acabar, ligue ao Primeiro Ministro e ajude-o a decidir!"

Já estou a ajudá-lo através da intervenção no debate.

Quanto ao "deserto" apenas mostra que o nível de conhecimento do dossier que Mário Lino tem é inferior ao dos debates nos blogs. Assim vai este país...

1/6/07 17:00  

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