Auto-confiança nacional
Não foi em Portugal mas na Alemanha. Em 26 de Setembro teve início uma campanha mediática para relançar a auto-confiança nacional, sob o nome "Tu és a Alemanha". Curiosamente grande parte do esforço de financiamento vem de empresas privadas.
Será que estas campanhas ajudam em alguma coisa? Será que valeria a pena uma campanha destas em Portugal? Será que haveria financiadores privados em Portugal para uma campanha destas?
18 Comments:
O Euro 2004 não foi uma campanha destas? :o)
Pois!
E a Expo 98 também.
Vou traduzir o manifesto no Dois Dedos de Conversa.
Xiuuu!!!
Esperava que esta notícia embaraçosa sobre o meu país não chegasse aqui...
Lutz
(muito baixinho) porque é que esta notícia é embaraçosa?
(mais baixinho ainda): já traduzi! E agora, publico ou não?
É embaraçoso dizer que gosto de algumas das ideias propostas?
Por exemplo:
"Não perguntes o que é que os outros podem fazer por ti. Tu és os outros.
Tu és a Alemanha.
Trata o teu país como um bom amigo. Não reclames sobre ele, ajuda-o."
Helena
(muito baixinho) Não percebo bem porque é que o Lutz se sente embaraçado. Por cá assumimos que andamos com o moral em baixo. Será que para os alemães isso é causa de embaraço? Será por darem um indício de fraqueza ou exprimirem estados de alma em público? Ou será que a campanha é sinal de algo menos edificante?
As ideias parecem interessantes. Como não sei alemão gostava de ver o manifesto traduzido. Para não embaraçar o Lutz podes omitir as referências ao país e dizer apenas que se trata de um outro país europeu mais rico que Portugal. ;)
A vantagem de vários países assumirem as suas fraquezas de ânimo é que o sentido de não estarem sós pode ajudar a elevar o moral (pelo menos com as pessoas às vezes funciona :) )
CA,
o manifesto tem algumas partes piegas. Além disso, já há quem desconfie de alguma manobra populista, mais um golpe no sistema social, sabe-se lá.
OK, vou trocar partes do texto, e passo aqui como se fosse para Portugal.
Acabei por não trocar nada, porque me faltam nomes de heróis portugueses...
Ora então:
"Uma borboleta pode provocar um ciclone.
O movimento de ar provocado pelo bater das suas asas pode derrubar árvores a alguns quilómetros de distância. Do mesmo modo que uma aragem pode provocar uma tempestade, também a tua acção pode ter resultados.
Irrealista, dizes tu?
Porque é que incitas a tua equipa no estádio, se a tua voz é tão insignificante?
Porque é que agitas bandeiras quando o Schumacher dá as suas voltas?
Tu sabes a resposta: porque da tua bandeira se fazem muitas bandeiras, e da tua voz se faz um coro. Tu és uma parte de tudo, e tudo é uma parte de ti.
Tu és a Alemanha.
A tua vontade é estimulante. Faz com que o teu avançado preferido e o Schumi sejam mais rápidos. Não interessa onde trabalhas. Não interessa o teu posto. Tu aguentas a empresa. Tu és a empresa.
Tu és a Alemanha.
O nosso tempo não é fácil. Ninguém afirma isso. Pode ser que estejas perante uma porta fechada, ou encostado à parede. Mas nós já conseguimos derrubar um muro. Na Alemanha há mãos em número suficiente para se unirem e se deitarem à obra. Somos 82 milhões. Sujemos as mãos. Tu és a mão. Tu és 82 milhões.
Tu és a Alemanha.
Então: que tal se te começasses a incitar a ti próprio? Carrega no acelerador, e não apenas quando vais na auto-estrada. Tira o pé do travão. Não há limites de velocidade na via alemã. Não perguntes o que é que os outros podem fazer por ti. Tu és os outros.
Tu és a Alemanha.
Trata o teu país como um bom amigo. Não reclames sobre ele, ajuda-o. Dá o teu melhor rendimento. E uma vez chegado aí, supera-te a ti próprio. Abana as tuas asas e derruba árvores. Tu és a asa, tu és a árvore.
Tu és a Alemanha."
Isto é o texto do spot de 2 minutos na TV. Nos jornais há uma série de anúncios, do género:
- tu és Johann Wolfgang von Goethe (convida as pessoas a tentar publicar os seus livros)
- tu és Ludwig van Beethoven (convida o grupo de música a sair da cave e tentar fazer um disco)
- etc.
Helena
Muito obrigado pela tradução. Penso que há aqui matéria para reflectirmos. Algumas partes querem realmente puxar a emoção sem que o conteúdo esteja à altura, mas o conjunto do manifesto não me parece disparatado.
O sentido do colectivo, de que todos juntos somos uma entidade maior do que a soma das partes, parece-me importante e necessário até para a vida equilibrada de cada um.
Acho que Portugal melhoraria muito se cada um de nós se sentisse feliz por poder dar algo, gratuitamente, aos seus concidadãos, ao seu país.
Nem mais!
(eu gosto muito da parte: "tu és os outros.")
Peço desculpa pela recção atrasada! Podem publicar o texto a vontade!
Também não digo que o que ele diz está errado.
O que acho embaraçoso é primeiro que o país (Alemanha!!!) necessita dum programa paras levantar a auto-estima, e segundo, que se acredita isso seja possível através de propaganda!
Talvez não seja a Alemanha a precisar de leventar a auto-estima mas sim os alemães. A frase "Tu és a Alemanha" parece ter a intenção de levar os alemães a identificarem-se com a Alemanha. Isso não acontece neste momento? Como vai o sentido do colectivo? Se esta campanha fosse em Portugal não sei se poderia usar uma frase semelhante pois não sei se os portugueses se sentiriam muito melhor ao identificarem-se com o nome do país.
Quanto à eficácia da campanha: quem é o público alvo? Serão todos ou apenas determinados extractos da população? Qual foi o impacto em nós da campanha do Euro 2004 em que o Scollari dizia que estávamos todos convidados?
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