A ministra de Cavaco (I)
Foi típico dos governos de Cavaco Silva: tentar reformar a educação atacando os professores, virando a sociedade contra eles, de modo a conseguir economizar alguns tostões. Numa proposta dessa altura o governo sugeria que o professor em início de carreira ganhasse menos do que qualquer outro licenciado em início de carreira na função pública. Naturalmente o prestígio social do professor foi diminuindo. Ora o prestígio que uma pessoa tem na sua profissão ajuda a compensar uma remuneração menos atractiva. Os resultados na educação, para não variar, não melhoraram. Hoje Portugal tem taxas de abandono escolar escandalosamente elevadas e níveis de qualificação de mão-de-obra anormalmente baixos no contexto europeu. Mas quem pede hoje responsabilidades de médio prazo ao autor de tão inteligente política educativa?
A revista Visão desta semana tem um trabalho sobre a Siemens em Portugal. A Siemens Communications vai abrir mais um centro de inovação em Portugal mas o seu responsável, João Picoito, afirma:
Tenho feito um esforço enorme para não ir buscar engenheiros lá fora. Mas sinto que não pode haver um segundo projecto em Portugal como a Siemens porque não há engenheiros. Contratei este ano 420 engenheiros e posso dizer que rapei o mercado.E diz ainda:
Temos muitos estudantes em áreas não tecnológicas e poucos nas áreas científicas. É metade do que deveríamos ter para sermos mais competitivos. Quando vejo que este ano entraram 150 alunos para Matemática, isso é um suicídio. Nenhum país cresce sem tecnologia.
2 Comments:
na mouche
Tens toda a razão. O que se tem feito aos professores não ajuda a educação. E sem educação não há progresso. Em nenhuma área!
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