janeiro 22, 2006

Uma campanha Alegre

Sócrates conseguiu o que queria: Cavaco na presidência. Mas para que serve um PS com um líder que só pensa em negócios milionários de construção civil, que não se preocupa com a diferença que separa os mais ricos dos mais pobres e que se esforça por colocar na presidência o candidato do PSD/PP? Sócrates está feliz porque nos próximos três anos e meio não há eleições e Cavaco dificilmente o demitirá antes do fim do mandato. Mas penso que subestima a esquerda que votou Alegre. Ao atravessar-se hoje na frente do discurso de Alegre, Sócrates pensa que estava a irritar o dissidente do PS que o desafiou, mas estava a atravessar-se na frente de mais de um milhão de eleitores.

Votei PS nas últimas eleições mas hoje não sei se volto a votar em Sócrates: preocupa-se demasiado com negócios estranhos (continuo a achar que a Ota prejudica gravemente o interesse nacional), não tem qualquer sentido de liderança (um líder político que pede esforços sérios a uma grande parte da população não devia ser apanhado por uma entorse a passar férias de Inverno na Suíça, um líder político deve ser mais do que um gestor competente) e hoje mostrou que não é capaz de perceber a mensagem de grande parte do seu eleitorado que votou em Alegre.

Será que esquerda portuguesa vai ficar na mesma depois destas eleições?