A guerra dos sexos
Em Portugal parace haver em geral predominância de estudantes do sexo feminino nas escolas e universidades. Os rapazes, em média, interessam-se menos pelo estudo. Será isso explicável por que o ensino valoriza mais a atenção e o método do que a competição e a liderança? No Reino Unido há quem faça esse tipo de análise.
Será esta mais uma consequência do "eduquês"? Será que é a escola que molda os alunos ou os alunos moldam a escola? Educação separada para rapazes e raparigas, com objectivos diferentes?
7 Comments:
Uma das coisas que se diz no artigo é o de ter exames em vez de trabalhos, pois isto é melhor para o senso competitivo dos rapazes. Mas não é através de testes que se faz a avaliação nas escolas portuguesas? Eu, pelo menos, fiz tudo a testes e exames.
Não concordo com a separação entre rapazes e raparigas. Penso que é salutar que desde cedo exista a convivência. Nem me parece que rapazes e raparigas sejam assim tão diferentes, que justifique um ensino diferenciado a tal ponto que se segreguem os sexos.
Eu tenho a impressão que a grande diferença que leva a esta assimetria actual são as expectativas e a responsabilização que é conferida a uma rapariga desde cedo. Também se diz que são mais maduras mais cedo. Mas tornar as aulas mais interessantes parece-me benéfico para ambos os sexos. Grandes secas que eu passei na escola. Digamos que tive muito mais paciência e capacidade de sofrimento que os rapazes... :-)
A questão é antiga - talvez fosse prudente aumentar o leque de escolhas das famílias, em vez do espartilho das certezas pedagógicas que tão "bons" resultados têm dado (não só em Portugal). De resto, como se conseguirá que os pais se responsabilizem por uma escola que não escolheram?
Algumas perguntas pertinentes para um estudo (?) que poderia ser interessante.
Muitas coisas entrarão em jogo, e uma delas é certamente a longa tradição cultural de os rapazes quererem tornar-se independentes mais cedo. Trabalhar, ganhar, para poder saír com os amigos...
Como as perspectivas de emprego futuro, que se apresentam não são animadoras para um estudante, quando surge uma oportunidade, pequena seja ela, muitas vezes deixa-se o curso, ou os estudos secundários a meio.
É pena, é triste, ...
Um abraço
Leonel
Olha outro: http://observer.guardian.co.uk/uk_news/story/0,,1805434,00.html
Eu, por uma opção largamente pensada, puz o meu filho num colégio só para rapazes. Até que alguem me apresente provas em contrário, não há nenhuma igualdade entre rapazes e raparigas. Têm um corpo diferente, pensam de maneira diferente, tem objectivos diferentes, uma emotividade diferente, e para mim desde cedo ficou claro que deveria ter uma educação diferente. Esta foi a tradição dos grandes colégios ingleses.
Isto não implica contudo, que ele não saiba que tanto homens como mulheres são iguais perante a lei, e portante devem ter as mesmas oportunidades, os mesmos direitos e os mesmos deveres.
Nunca fui partidario de igualitarismos xauvinistas de quem não pode ter acesso a uma boa educação e por isso acha que deve destruir a que existe simplesmente porque nao tem acesso a ela. Deve sim, procurar elevar a que está num patamar inferior.
A educação dos meus filhos, compete-me a mim decidir qual quero, nunca ao estado. Como não confio nos conteudos programáticos das escolas do estado, puz o meu filho num colégio com o qual eu concordo com a orientação.
Não passao férias fora, não mudo de carro à 10 anos, mas tenho o meu filho num sitio no qual eu confio.
Luis
Presumo que os estudos dão resultados dispares o suficiente para abrir a possibilidade de cada um seguir as suas próprias percepções sem que se possa apontar o dedo e afirmar que está errado.
Poder-se-ia então discutir se o estado deve criar vários tipos de escolas, para dar vazão ao que os pais desejam, ou seguir um modelo. Quem não acredita nesse modelo terá de pagar por outro. Pode ser uma discussão a fazer.
Embora pessoalmente prefira o modelo com rapazes e raparigas juntos, parece-me que os pais deviam ter a possibilidade de escolher. Duvido que seja viável (ou mesmo desejável) que o estado tenha escolas com separação, mas por isso mesmo este talvez seja um dos casos que mostram que faz sentido o estado financiar os pais que optam por um colégio privado. O valor a financiar deveria ser equivalente ao custo médio do aluno no ensino oficial.
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