O que é o amor?

A palavra amor é muito usada hoje para dizer muitas coisas diferentes. Assim, quando o Papa Bento XVI quis chamar a atenção para o amor que é a essência do cristianismo, sentiu necessidade de aprofundar o significado desta palavra e depois explicitar o seu sentido prático. É isso que faz na encíclica "Deus caritas est" (Deus é amor) publicada na passada quarta-feira.

Fiz uma primeira leitura da encíclica. Gostei da linguagem acessível e do espírito geral. Uma enorme parte dos problemas da Igreja têm a ver com o facto de não estar centrada no Deus que é amor.

Há alguns dias discutia-se no Prozacland o que era a fé. Para mim a fé não é tanto o acreditar mas o confiar. E Bento XVI tem uma frase de que gostei especialmente (lendo "confiar" onde está "crer"):

Na realidade, os cristãos continuam a crer, não obstante todas as incompreensões e confusões do mundo circunstante, «na bondade de Deus e no seu amor pelos homens».

Onde fiquei com mais dúvidas relativamente a esta encíclica é na parte inicial, onde divide o amor em eros e agape. Por um lado usa autores religiosos e pagãos da antiguidade e ignora praticamente tudo o que se escreveu de bom nos últimos séculos sobre o assunto. Por outro lado dividir o amor em eros e agape apenas parece-me pouco útil em termos práticos. E a definição dos termos pareceu-me algo confusa, à primeira vista.

Contudo esta foi apenas uma primeira leitura. Vou ficar atento às leituras que forem surgindo.